Ninjas Gaiden ETERNAL
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RPG de Naruto 10/10


País das Ondas

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Enquanto Shiori falava, o mais velho tateou o sobretudo negro, buscando um de seus bolsos. Ele parecia, como sempre, inabalável diante da brincadeira feita; ele não era exatamente o melhor exemplo de bom humor, apesar de entender bem. Isso mesmo achando graça. Quando não, as coisas podiam se tornar bem mais desconfortáveis, raramente pra ele.
Após achar o bolso, retirou de um deles o seu cigarro e isqueiro, fiéis companheiros há alguns anos. Já havia esquecido de quando o gosto da nicotina havia tornando-se habitual, mas não se importava muito sobre isso.

Pôs-o em brasa, lançando fumaça aos céus com a facilidade de quem movia um dos membros de seu corpo. Já era natural.
Eu não me importaria tanto com isso. É um dos preços que devemos pagar pela liberdade… desde sempre. — falar com o cigarro em lábios também parecia bem fácil para ele, que costumava ficar com as mãos repousando em seus bolsos. — Com a cabeça no lugar, a diferença é que você impede arrependimentos. É a última coisa que queremos.

A noção do arrependimento era uma das coisas que, de certa forma, incomodavam Shiro. Ele acreditava fielmente em simplesmente continuar, sem olhar para trás após uma decisão tomada; porque isso, diferente do pensado, o cegava. Tirava seus olhos do que era mais importante e mutilava a vontade. Em quase toda a sua vida, nunca nem se deu o trabalho de reconhecer quem não tinha perseverança e convicção em seus ideais. Em quem eram.

Eu já fui obrigado a pensar sobre essas coisas… Maldade, bondade. No porquê. Mas chega uma hora em que você se cansa de se questionar.
Talvez fosse só por isso que Shiro era tão certo do que fazia — porque estava cansado. E era assim que tinha de ser, no fim das contas. Pois, como sempre, era ele na vanguarda.

Precisei disso para enfrentar Gouki, e uso para enfrentar aqueles do meu próprio lar. Se alguém tentar roubar minha liberdade, não vou hesitar em tirá-los do meu caminho; é o que eu sempre fui, e morrerei sendo. Por isso… por isso é bom mesmo se lembrar do que quer ser, e do que é.
E ele sabia bem o que era: livre.

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Sabia que Shiro estava certo. Mesmo após tantos anos, Shiori via-se perdido em questionamentos sobre a própria índole e as consequências dos seus atos. Os conceitos de maldade e bondade haviam se misturado e serviam apenas para deixá-lo cada vez mais confuso e incerto sobre quem realmente era. Não sabia mais se era um herói de guerra ou um demônio que massacrou milhares de pessoas. No fundo, não queria ter nada a ver com aquilo, mas já acreditava que uma pessoa era formada pelos seus próprios atos. Mas se machucavam tantos, como não se arrepender?

Eu acho que nunca vou conseguir deixar de me arrepender de certas coisas, mesmo sabendo que elas não vão mudar. Mas eu sinto que, mesmo que tivesse a chance de voltar, eu faria tudo igual — confessou, apesar de incerto sobre o que dizia. — As coisas poderiam ser piores e sinceramente, eu gosto como nós estamos. Eu posso estar sendo um pouco egoísta, mas eu não tinha muito mais a perder além de você, então...

No começo, o Uchiha estava aterrorizado com as suas novas projeções para o futuro. Tinha sido traído pela própria vila e considerado um criminoso, sendo obrigado a fugir como um. Parecia que não teria mais paz ou descanso, mas desde que deixara os campos de batalha, via-se mais tranquilo do que nunca. Obviamente os problemas não desapareceram e a guerra ainda estava logo ali, ao lado, mas por enquanto podia fingir que eram problemas de outras pessoas.

Eu sinto que preciso confiar em mim mesmo, principalmente porque agora meus atos me pertencem. Talvez eu tenha a chance de consertar os meus erros, mas eu quero seguir em frente e tentar ser alguém melhor do que eu fui. Pode parecer que eu estou só me lamentando, mas é o que eu acredito ser o certo para mim — refletiu, um pouco mais satisfeito consigo. — À partir daqui, não vou mais me arrepender.

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A respiração calma do Uchiha fez com que a densa nuvem de fumaça subisse aos céus, escapando por seus lábios finos e gélidos com a naturalidade de quem havia acostumado-se a fazê-lo. Ele via a sua forma ascender e, lentamente, se dissipar ao vento, enquanto o mesmo tragava lentamente o cigarro entre os dedos de Shiro. Era impressionante como ele parecia ser capaz de escutar, mesmo sem fazer contato visual direto. Sempre parecia absorto em seus pensamentos, de expressão desconfortantemente nula… mas entendia, cada palavra. E refletia bem sobre as mesmas, com um cuidado que poucos tinham. Curioso para um homem silencioso.

Eu não chamaria isso de arrependimento. Só… lamentação, talvez. Me arrepender do que aconteceu é um desrespeito com todos que morreram confiando algo em mim. Por isso, busco me arrepender só do que não pude fazer. — comentou, reflexivo.

Somos andarilhos agora... — levou novamente o cigarro até a boca, deixando a fumaça escapar lentamente como fizera antes. Após tragar, ficou observando as cinzas que tinham se formado, enquanto continuava refletindo. — Vão nos caçar na primeira pista que tiverem de que estamos vivos…

Shiro foi um membro da ANBU, e parte crucial do cérebro de Konoha. Ele sabia o que estava fazendo e pensando; era um dos generais de guerra mais capazes do país do fogo, e sabia muito bem até onde iriam para proteger seus segredos de estado, ainda mais após terem deixado escapar tão facilmente  os maiores de seus trunfos. Se antes eram desleixados, agora, eram rígidos o suficiente para apagar qualquer rastro de informação interna — mesmo que esses rastros em questão sejam pessoas, propriamente ditas.
As cinzas, lentamente, desfaleceram sozinhas.

Conhece a dor de perder um pai. Vai conseguir causar essa dor em um amigo se precisar? Sem arrependimentos?

O comentário, apesar de súbito, era óbvio. Ele não se referia tão somente ao pai do mais fiel dos membros daquela “organização”. Amplamente, se referia a qualquer adversário que, um dia, foi aliado em campo de batalha. Sabia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde — enfrentaram coisas parecidas, algumas vezes, mas não em condições tão tristes.

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Realmente estava se lamentando pelo passado, mas não conseguia evitar. Entre os seus companheiros, Shiori foi o que mais tirou vidas desde que se viram em meio a guerra. Quando o fazia, pensava que não tinha escolha, ou que mereciam por também o estarem tentando matar; mas as reflexões posteriores lhe diziam que poderia ter feito as coisas diferentes. Já era tarde, mas ainda assim doía tanto que desejava morrer. Porém, tinha que manter-se vivo, afinal sua vida não pertencia mais apenas a si mesmo. Não podia ser egoísta a ponto de perder a vida.

Mesmo que já estivesse de bem com a situação em que estavam, Shiori precisava lembrar que eram fugitivos. Estavam sendo constantemente caçados pela sua terra natal, sem qualquer descanso. Lhe entristecia que os seus antigos companheiros, hoje em dia, eram os seus inimigos, mas aquele assunto já havia fugido do seu controle desde que escaparam. Porém, o Uchiha sinceramente não saberia como lidar caso fossem encontrados por ele. Não sabia se tinha a força suficiente para levantar a sua espada contra qualquer um deles. Em hipótese alguma deixaria Kagutsuchi tomar o controle.

Tudo piorou com o último questionamento de Shiro. O único olho negro voltou-se para o irmão mais velho, como se realmente tentasse saber se o que ele dizia era sério. Shiro, em alguns momentos, parecia ter uma personalidade cruel que constantemente tentava escapar das suas profundezas. A verdade era que, mesmo que tivesse Shiro consigo desde o nascimento, não sabia dizer exatamente como ele era. Tinha medo que chegasse o momento que seu irmão não aguentasse toda a pressão e acabasse quebrando. Mas parecia que ele estava cada vez mais distante.

Sabendo que ele estava convicto em sua pergunta, o mais novo desviou o olhar, incerto. Fubuki era um de seus amigos mais importantes, mas o seu pai... Shiori vira o quanto ele era uma pessoa cruel e que não se importava de verdade com a vida humana. Todas aquelas pessoas sacrificadas... Além disso, hokage também tentara o silenciar. No fundo, o Uchiha queria se vingar, não só por ele ter causado a sua morte três anos atrás, mas também por todo o mal que causara aos seus amigos. Porém, não sabia se conseguia fazê-lo por Fubuki. Como poderia conviver com ele após ter assassinado o seu progenitor? Mesmo que ele tenha o maltratado por anos, os sentimentos não desapareciam. Shiori sabia o que era perder o próprio pai e não conseguia causá-lo a Fubuki. Mordeu o lábio, tentando controlar os sentimentos conflitantes que o preenchiam por inteiro. Fungou, sentindo o único olho muito quente.

Eu não posso desistir da minha liberdade, não depois de tudo que eu lutei...] — disse simplesmente, sem olhar para o irmão, mas ainda mantendo-se de forma que ele conseguisse ler os seus lábios.

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Acabou. — ciciou, conforme sentia o calor da brasa aproximar-se mais de sua pele entre os dedos.

Shiro cada vez mais era acometido por diversos pensamentos, no mínimo, melancólicos. Em seu íntimo, ele sabia que era seu dever refletir sobre essas questões, que iam muito além de somente derrotar um inimigo ou vencer algum desafio; existia depois. O que viria depois? O que aconteceria? Quais seriam as consequências de suas ações e das ações dos outros? Eram perguntas até mesmo simples, mas que levam para caminhos tortuosos.
Nem em seu pesadelo mais surreal, sonharia que enfrentaria o alto escalão de sua vila. Não existia palavra maior pra descrever essa possibilidade do que tristeza, afinal, era seu lar. Mas era seu dever, também, lidar com isso. Por isso tinha de estar pronto… Mas não somente ele.

O olhar rubro de Shiro brevemente voltou-se para o irmão mais novo, observando-o enquanto respondia a questão.
E após ter a sua resposta, voltou-se novamente para o lago. Se o caçula tivesse depositado os olhos em Shiro, veria o desenhar de um singelo riso de canto em seu rosto. Não era bem um sorriso de felicidade ou satisfação, afinal, havia alguma melancolia em seus olhos — o que, por sí só, já não era tão comum assim. Parecia-se muito mais com um sorriso um alívio breve.

Isso mesmo… Não desista de sua liberdade, por nada.

A mão foi até o grande sobretudo negro que usava, tirando do mesmo a sua máscara. Ficou alguns segundos observando-a, antes de levá-la até o rosto e acertá-la. Era essa a visão que tinham dele; era esse o seu rosto.
Sabe onde estão os outros? — perguntou com a voz soturna e abafada por sua máscara, referindo-se aos outros membros do grupo.




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As passadas lentas guiavam-a pela margem do oceano. Fazia algum tempo desde que havia acordado trêmula e com tanto medo, que apenas preferiu distanciar-se do lugar onde o grupo acampava, encontrando-se pouco tempo de caminhada depois à beira da floresta, os olhos azuis sendo engolidos pela visão do sol brilhante de verão, a areia branquinha e quente, o mar calmo com suas ondas quebrando na costa. E pela primeira vez em tanto tempo — tempo o suficiente para que a moça de cabelos violeta-claros não se lembrasse mais daquela sensação — uma onda de paz correu-a o corpo de cima a baixo. Foi ali, naquele momento que decidiu que não faria mal algum para si deixar que as ondas do mar levassem embora toda aquela tonelada de sentimentos que a pesavam o peito durante todos aqueles três anos.

Arisu era uma boa mentirosa. Uma boa atriz. E várias vezes se pegara pensando que deveria ter desviado-se dos passos da tia-avó e feito parte dos grupos de teatro clássicos das ruas de Konoha. Ou quem sabe, virado política. Afinal de contas, havia ficado tão boa em fingir que suas peças não estavam completamente quebradas por dentro, que algumas vezes, por segundos, chegava a acreditar que aquilo era de fato verdade. Que o silêncio não a incomodava. Que as andanças imparáveis não eram cansativas demais. Que até mesmo acreditava que aquela era uma boa vida, afinal de contas, estava livre. Livre e junto de seus companheiros.

Contudo, nada estava completo de fato. Era como se um pedaço do próprio peito estivesse em falta, e a corrente de vento que acertava-a, fazendo com que os fios mais longos do que parecia se lembrar voassem com a brisa. As iris azuis encaravam com intensidade a água ir e vir, tão calma. Por isso, também não demorou tanto tempo assim para que sentisse o líquido gelado tocar-lhe a pele dos pés, subindo-a até a altura da cintura conforme adentrava cada vez o mar. As mãos tão cheias de cicatrizes e marcas da vida correndo pelas pequenas ondas que chegavam até onde estava, o leve vestido branco que usava aquele dia formando uma auréola clara ao redor de si. Naquele instante, deixou-se apenas aproveitar a sensação de calmaria que o momento lhe trazia.

O suficiente para que em algum momento, algo dentro de si arrebentasse, e desfizesse os nós que prendiam os muros e portões de dentro do peito da jovem iryo-nin, fazendo com que os sentimentos que a tanto tempo havia decidido guardar e segurar transbordassem de si em forma de grossas e quentes lágrimas que pingavam na água do oceano, misturando-se ali, perdendo-se no meio daquela imensidão toda, tão igual como a Chinoike se sentia nos últimos tempos: perdida numa imensidão que era tão maior e mais forte do que os próprios desejos, sonhos e vontades. Tão logo, os soluços saíam dos lábios da menina, que aos poucos, sentia aquela sensação de novo.

Como um buraco consumindo-a cada vez mais, onde caía cada vez mais profundamente: aquela sensação de solidão, de estar completamente sozinha no mundo engolia-a, fazendo com que as pernas tremulassem, o corpo sendo carregado pelo mar, que parecia dá-la a força que precisava para colocar todos aqueles anos para fora. Quando havia sido a última vez que havia chorado? Não conseguia sequer lembrar-se. Apenas lembrava-se da sensação de terror toda vez que aproximava-se do hospital. Do medo toda vez que acordava de um pesadelo e esgueirava-se até os companheiros de equipe, assegurando-se de que ainda estavam ali, respirando, vivos. Da impotência que sentiu quando Shiori havia morrido. A raiva de si mesma por não poder consolar Shiro. Por não poder proteger Amane. Por não poder proteger Fubuki. Da mesma forma que havia perdido Shikahei para a morte, o medo de que aquilo viria para sua nova — a palavra até mesmo fazia-a engasgar — família, fazia com que Arisu congelasse no mesmo lugar onde estava.

E parecia um milagre aquela praia estar tão vazia. O suficiente para que ninguém escutasse o choro feio e intenso da menina. Para que ninguém ouvisse o grito de dor que irrompeu os lábios rachados. E como se por um segundo apenas Deus tivesse decidido ter piedade da pobre alma da Chinoike, por todo o tempo que durou-se aquela crise, ninguém havia aparecido.

Sentada em meio algumas pedras, finalmente a menina, agora tão calma e fria como uma pedra de gelo, encarava novamente a imensidão do mar, sentindo o calor suave do Sol na própria pele, as gotas de água ainda escorriam-a a pele alva, os cabelos de com cor de flores. Ali, daquela forma, qualquer um que se aproximasse pensaria que a garota apenas aproveitava o Sol de verão.

Última edição por Chinoike Arisu em Sáb Abr 11, 2020 12:40 am, editado 1 vez(es)

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A última frase dita pelo irmão mais velho o fez lembrar de várias coisas. Não podia desistir da própria liberdade, afinal, além de sua família, era a última coisa que restava. Já havia sacrificado tantas coisas que acreditava ser importante, até a si mesmo, que já não reconhecia há anos, para manter-se vivo. Agora tinha a chance de seguir o próprio caminho, mesmo que fosse incerto, tortuoso e principalmente doloroso. As palavras de Shiro poderiam o estar machucando, mas sabia no fundo que ele apenas queria que fosse forte para enfrentar o seu pior e mais temível inimigo: o próprio mundo.

Quando Shiro fez a pergunta, Shiori rapidamente realizou alguns selos até o seu braço esticado ser coberto por uma fumaça branca. Quando esta dissipou, um corvo inteiramente negro estava confortavelmente empoleirado no braço esguio. Shiori acariciou a cabeça da ave e lhe deu um petisco que guardava nos bolsos, antes de ativar o Sharingan e manter contato visual com o animal. Mesmo que já tivesse contrato com Kumamura, Shiori também o fez com aqueles fascinantes animais que eram os corvos. Enquanto o panda lhe ajudava apenas em combates que necessitava de força bruta e uma defesa impenetrável, os corvos o auxiliavam no reconhecimento e outras técnicas que complementavam o estilo de Shiori. Naquele momento, alguma daquelas aves sobrevoavam o local, mantendo Shiori e seus amigos protegidos contra qualquer ameaça enquanto os vigiava. Ao terminar de coletar as informações do corvo, Shiori deixou-o voltar aos céus, onde pertencia.

Arisucchi está na praia, não muito longe daqui — decidiu não comentar sobre o que havia visto pelos olhos do corvo. Sabia que todos precisavam de seu momento de privacidade para deixar as emoções transbordarem. — Amanecchi está meditando na floresta, também perto. Não sei onde Fubukicchi está, mas logo devo encontra-lo. Vamos seguir para a Vila das Ondas agora?

Shiori adorava aquele lugar. Era uma vila simples, com pessoas que tentavam levar a sua vida de bem com seus semelhantes. Era bom ter contato com a civilização, como se Shiori voltasse a ser humano novamente, e não um demônio como seguidamente era chamado. Esperava que tivessem algum tempo para beber sakê com Arisu.

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Shiro aguardou com que seu irmão terminasse, cruzando os braços frente ao corpo. O garoto tinha dominado com maestria uma segunda invocação, o que não era tão comum — mostrava habilidade com corvos, e usava de seus olhos atentos para vigiar o que achava necessário. Provavelmente, nem os membros do grupo ou o próprio esconderijo passariam batido por Shiori. Sabia que podia contar com ele.

Brevemente, a localização de todos, ou quase, foi revelada. Em resposta, Shiro assentiu positivamente.
Sim… convoque-os, se possível. Iremos para a vila. — disse, novamente, não demorando muito para começar a caminhar em direção ao local. As suas ordens eram sempre muito diretas e claras.

Apesar da calmaria extremamente agradável que o ambiente proporcionava, não estavam ali somente para desfrutar das belezas naturais. Distante disso, tinham objetivos muito sérios para cumprirem… aos poucos, estavam se introduzindo novamente no cenário de guerra que ainda tomando o mundo definhado. Ali, dariam o pontapé inicial para algo muito maior.

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Certo, onii-sama — disse, obedecendo à ordem do irmão.

Como Shiori não conseguia dar ordens remotas aos seus corvos, precisou invocar novamente mais três deles, ordenando-os que buscassem por Arisu, Amane e Fubuki e os convocassem para partir. Apesar de estar animado para visitar a vila, sabia que tinham trabalho a fazer e não tinha qualquer pista de para onde partiriam à partir dali. Esperava que Kyosuke ficassem bem vigiando o esconderijo em Uzushiogakure. De qualquer forma, tinha de preocupar-se mais consigo mesmo e ter certeza de que voltaria para casa em segurança.

Já era entardecer quando o quinteto finalmente chegou à vila do País das Ondas. O movimento nas ruas era pouco e as pessoas não pareciam notar o pequeno grupo. Sinceramente, preferia assim. Tinha tantas coisas que gostaria de fazer que não sabia por onde começar.

Então, por onde vamos começar? Churrasco ou lámen? Estou com fome — perguntou ao grupo. Mesmo que Shiori fosse o mais novo entre os seu grupo, ainda tinha intimidade para falar abertamente com qualquer um deles, visto que se conheciam desde que eram apenas crianças. — Vamos beber hoje, certo, Arisucchi?

Depois do seu irmão, Arisu era quem Shiori era o mais próximo. O Uchiha sempre a admirou pelas suas habilidades como médica, afinal, diferente dele, ela conseguia criar vida com as próprias mãos, diferente dele que só sabia destruir. Desde o combate contra a Morte em Sunagakure, Shiori a devia a própria vida e sabia que, independente do momento, estava em boas mãos. Além disso, eram parceiros inseparáveis nas noites de bebedeiras e costumavam fazer até cair ou chorar, o que viesse primeiro.

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Não tardou muito para que a Chinoike percebesse o corvo de Shiori se aproximando, um sinal claro de que era hora de partir. Por isso, ergueu-se, caminhando novamente para o local de onde havia vindo, recolhendo as próprias coisas, e no processo, colocando a máscara de mentiras novamente. Construindo e reerguendo seus muros e barreiras, novamente trancafiando o caos que tinha em seu peito para dentro, fingindo que não existia. Quase tão rápido quanto isso, novamente encontrava-se em companhia dos outros quatro membros do grupo, andando um ou dois passos para trás, uma tentativa discreta de esconder o rosto ainda inchado pela crise de outrora.

Uma risada baixinha escapou-se dos lábios da garota quando as palavras de Shiori a alcançaram os ouvidos. Estava ainda à alguns passos de distância dos demais, grata pelas pessoas daquele lugar sequer fazerem menção de reconhecê-los. Pareciam um bando de jovens andando para comemorar ou beber, ou qualquer coisa que jovens normais da idade que tinham faziam. Sorriu com leveza, assentindo com a cabeça, apressando só um pouquinho o passo, o suficiente para aproximar-se do Uchiha mais novo.

Podemos pedir um saquê enquanto tomamos um ramém. Digo, eu acho que vou pegar um udon, meu estômago não está tão bom hoje... — Murmurou pensativa, encostando uma das mãos no queixo, sem parar de andar. — Seria legal se encontrássemos um festival. Parece que é verão por aqui... — Divagou, olhando para os lados. Sem perceber, havia enrolado o braço no de Shiori, dando à entender o quão próximos eram.

Shiori havia estranhamente se tornado o melhor amigo de Arisu de maneira inusitada. Em algum momento no passar do tempo, haviam se aproximado e dificilmente se desgrudavam nos últimos tempos. O mais novo com certeza sabia mais segredos de Arisu do que ela gostaria, no fim das contas. Segredos estes que até mesmo envolviam o irmão do rapaz, o qual esta naquele dia, evitava sempre que podia.

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