Assim que a reunião com o daimyõ se encerrou, Fubuki fez uma longa e respeitosa reverência tanto para o chefe de estado, como para seus mais novos companheiros. Não sabia o que esperar daquela parceria e nem quanto tempo ela iria durar, mas o albino esperava com todo seu coração que ela fosse próspera. Estava ansioso para conhecer melhor aqueles intrigantes ninjas da areia... mas queria que eles não o conhecessem melhor. Sabia que havia sido reconhecido por Enomoto, e isso lhe causou extremo desconforto. Não havia coisa pior para Fubuki do que ser reconhecido como parte vital daquela guerra, não quando sua parte era executada de forma negativa. A máscara voltou a tapar seu rosto após a reverência e o rapaz saiu da sala ao lado de Shiro, fazendo junto do amigo alguns apontamentos sobre o que havia sido levantado na breve reunião. Entretanto, perdeu o Uchiha quando este foi puxado pela ninja médica do pequeno grupo, o que deixou o Hyuuga confuso. Ainda mais desconcertado ficou quando percebeu as intenções da amiga em deixá-lo de alguma forma sozinho com Amane.
O rubor em suas bochechas só não poderia ser notado graças a máscara de madeira e o capuz que o escondia. Talvez se Arisu não tivesse feito aquilo e deixado óbvias as intenções, aquilo não fosse tão desconfortável e constrangedor. O rapaz ficou extremamente nervoso, gaguejou em suas palavras e desconversou, indo rapidamente se trancar em seu quarto. Sentia-se com 14 anos novamente.
A noite demorou para passar, principalmente por causa de Atsuya que insistiu em lhe xingar graças ao "rabo que tu amarrou nas bolas e agora não sai do meio das pernas", nas palavras do irmão mais velho. Assim como os demais membros do grupo originário de Konoha, Atsuya já estava impaciente com toda a enrolação entre seu irmão e Amane. Eles estavam certos de que havia algo entre os dois. Fubuki, por outro lado, não tinha certeza de nada. O rapaz nunca, em momento algum, conseguiu-se imaginar em uma relação... romântica. Apenas pensar na palavra fazia com que o rapaz se sentisse embaraçado. Não é como se ele não notasse as qualidades de Amane. Para ele era impossível não notar, uma vez que a garota possuía um número exacerbado de características positivas que faziam com que seu peito agisse de forma estranha. Amane causava esse efeito em si. E não precisava se esforçar para isso. Um impulso, um olhar, um toque, qualquer coisa que aquela mulher fizesse fazia com que o coração de Fubuki dançasse.
Isso, entretanto, ele não sabia se era algo positivo. Não sabia absolutamente nada sobre relacionamentos que não fossem amizade. Se ao menos Karina estivesse ali para lhe ensinar... sentia tanta falta da garota, todas as noites se perguntava se ela estava bem e chorava com a ideia de que ela pode não estar. A Akimichi sempre seria uma irmã mais velha para o albino e mesmo ela já notava algo entre Fubuki e Amane. Ela dizia que ele deveria tomar uma iniciativa, mas que iniciativa deveria tomar? Havia tantas problemáticas em se iniciar um relacionamento fora a própria ignorância do rapaz. Uma delas era o irmão que habitava sua mente e corpo, o que poderia fazer com que as coisas se tornassem estranhas de alguma forma. Fubuki, definitivamente, não queria que nenhum de seus amigos tivessem que encarar suas complicações estranhas. Principalmente Amane.
O Hyuuga acordou cedo como de costume e se preparou para a jornada que faria. Iriam paras as fronteiras do País do Vento combater ninjas de Kizunagakure. Trajou as mesmas roupas do dia anterior, mas dessa vez com a lendária espada Kusanagi em suas costas. Não se lembrava como deixou Atsuya lhe convencer a lutar com espadas, mas o rapaz se tornou tão habilidoso quanto o irmão em pouco tempo. A espada pertencente a Hokage que antecedeu seu pai e Arashi era uma relíquia de poder inimaginável, e a pressão por carregá-la assombrava Fubuki.
Os grupos, agora tendo se tornado um só, se uniram e avançaram pelo deserto. O rapaz ativou o seu Byakugan em determinada parte do trajeto, tanto para ver dezenas de quilômetros a frente quanto para visualizar e decorar as assinaturas de chakra de seus novos aliados. O rapaz se fascinava ao ver como eles eram diferentes, mas mesmo seus movimentos no deserto pareciam sincronizados. Era um grupo deveras peculiar.
... tá de sacanagem com a minha cara que tu não vai chegar nela? - Atsuya chamou a atenção do irmão em seu plano mental compartilhado.
Oi? - ele havia entendido, mas queria não ter.
Se faz de sonso não, ô donzelo. Depois da arregada que tu deu ontem, deve ter perdido mó pontuação com a Amane aí.
Ah... - o rapaz tentou se fazer de desinteressado, mas Atsuya sabia que a provocação havia incomodado o irmão. Eles compartilhavam a mesma mente, afinal.
Qual é, eu te ajudo a chegar nela!- para Fubuki, aquilo era pior do que nunca "chegar nela". - .Vai acabar perdendo ela, maluco.
Desde que ainda sejamos amigos, tudo b-
"Desdi qui aindi sijimos amigis tido bim", ô porra! debochou fazendo vários gestos, Fubuki ergueu uma sobrancelha.- Mano, eu sei que tu é sincero, mas parece que tu tem discurso pronto. Larga essa vida, véi. É bacana legal fazer o bem para os miguxos aí fora, tomar umas decisões baseadas no que é bom pra eles, mas tomar no cu véi, faz algo pra tu. Faz algo que você vai se sentir bem. - Atsuya não era um Shiro, mas era extremamente persuasivo. E não estava errado, no final das contas. Fubuki era extremamente com fazer o bem para sua família e quase nunca parava para refletir sobre o que seria bom para si mesmo. Por outro lado, não via nada errado no que fazia. Ao ver que deixou o irmão minimamente pensativo, Atsuya deu um sorriso pontiagudo. - E tu sabe o que tu quer! Agora vai lá tigrão, mostra a sua juba!
Eu tenho quase certeza que a analogia não é essa.
Quem é o tigrão? Quem é o tigrão? - o mais velho flexionava os joelhos e sacudia o mais novo pelos ombros. Fubuki, por sua vez, tentava manter uma expressão amena no rosto, que ia desaparecendo em incomodo conforme era sacudido.
Tudo bem, eu vou falar com ela.- Atsuya ergueu os braços em comemoração.- Mas depois.
Taqueopariu...
Agora nossa missão já começou e estamos na presença de um novo grupo. Eu sei que todos parecem legais e... - os olhos encararam brevemente Yata, que havia demonstrado um comportamento estranho no dia anterior - ... quase todos parecem legais e tudo mais, mas acho que não é uma boa ideia tentar resolver coisas pessoais por agora. - Atsuya desistiu, murmurando alguns protestos violentos antes de se calar.
Fubuki riu baixo e sozinho por debaixo da máscara. Atsuya havia mudado muito nos últimos anos, apesar de não parecer. O foco do rapaz voltou para sua missão. Correndo ao lado de seu melhor amigo e líder dos "shinigamis, Fubuki queria propor algo.
- Shiro-san... talvez fosse uma boa hora para nos apresentarmos devidamente e contar sobre nossas habilidades para bolarmos alguma estratégia a partir disso, não? - sugeriu ao amigo, olhando na direção dele mesmo que o Byakugan já o colocasse em sua visão, para que o Uchiha fizesse leitura labial. Sabia que conhecer as habilidades do esquadrão vermelho era muito importante para que pudessem sincronizar seus movimentos. Além do que, Fubuki estava genuinamente curioso.[/i][/i]