Shiro, Arisu, Fubuki, Amane, Shiori
Independente da preparação que tinham e do conhecimento provindo das viagens anteriores ao País do Vento, a travessia pelo deserto mostrou-se difícil e traiçoeira. O sol extremamente quente era cruel e as dunas de areia pareciam nunca ter fim; era como se estivessem presos em um looping, sempre atravessando o mesmo trecho de areia seca. O trajeto pelo interior do deserto durou um dia inteiro, com o grupo alcançando a capital do País do Vento apenas após o meio-dia. Independente de como imaginassem aquele lugar, nenhuma de suas ideias os prepararia para a grandiosidade de Rōran, o coração do País do Vento — pelo menos para aqueles que não eram ninjas.
Mesmo de longe, a vista já era de tirar o fôlego. Protegida por grandes muros, a cidade era composta principalmente por altas torres que rasgavam os céus, conectadas por passarelas que aterrorizariam qualquer com fobia de altura. No centro da enorme cidade, estava uma torre maior do que qualquer uma das outras e, provavelmente, era o destino do grupo. Assim que se aproximaram dos portões, foram barrados pelos guardas, mas sem demora um homem em vestes formais surgiu através dos portões, rumando na direção dos cinco shinobi.
—
Vocês são os mercenários contratados pelo Daimyō do Vento, certo? — perguntou o homem, tendo a confirmação ao analisar melhor as máscaras de raposa como descritas por Shiro na carta enviada. —
Venham comigo, por favor. Meu mestre está esperando.De dentro, a cidade era ainda mais impressionante. Ao olhar para o alto, as torres os faziam parecerem minúsculos, como as mais pequenas formigas. Muitas pessoas andavam pelas ruas e passarelas e algo interessante de se notar era que, diferente de Iwagakure, no País da Terra, a vila não possuía uma aparente divisão de classes, como se todos fossem iguais. Entretanto, não podiam julgar um livro pela capa; aquela cidade era enorme e poderia esconder muitos segredos.
—
Esta é Rōran, a capital do País do Vento. Esta cidade está aqui muito antes de Sunagakure sequer existir. Normalmente, a cidade é muito mais vívida, mas na situação em que nos encontramos... — o homem falou um pouco pela cidade, enquanto os guiava por uma escadaria que rodeava uma das torres. Se olhassem com mais atenção, podiam notar os efeitos da fome nas pessoas. Muitas tinham uma expressão aflita estampada nos rostos muito pálidos e um aspecto cansado. —
Sinto que, se continuarmos dessa forma, o país inteiro vai morrer.O grupo demorou certo tempo subindo as escadas e atravessando passarelas enquanto o homem, que se revelou o principal assessor de Enomoto Norio, o Daimyō, contava um pouco sobre a cidade e as torres. Aqueles ninjas provavelmente poderiam subir todas aquelas torres facilmente apenas com as suas habilidades mais básicas, mas poderia ser indelicado. Enfim, alcançaram a torre mais alta no centro da cidade, adentrando a sala do trono do Daimyō do País do Vento.
Norio: Sejam bem-vindos à Rōran. Agradeço por responderem ao meu chamado. Por favor se aproximem — cumprimentou o Daimyō, hospitaleiro.
O homem de longos cabelos prateados tinha uma expressão simpática no rosto, mas era evidente o quanto estava preocupado, cansado e, principalmente, cauteloso, afinal, em tempos como aquele, não poderiam confiar em qualquer um. Apesar de ser a sala do trono de um grande Daimyō, aquele lugar parecia-se mais com um modesto tempo do que qualquer outra coisa. Pelas paredes, haviam diversas tapeçarias mostrando imagens do deserto e da construção de Rōran; para a surpresa dos cinco jovens, entre estas, algumas retratavam a Ichibi, a Bijuu de Uma Cauda. Nas imagens, a besta parecia ser muito mais um espírito místico do deserto do que um demônio como conheceram. Notando melhor, também havia uma estátua, do tamanho de um ser humano, da Ichibi logo atrás do trono de Norio.
Norio: Primeiramente, devo me apresentar de forma correta. Me chamo Enomoto Norio, 19° Chefe da Família Rōran e Daimyō do País do Vento. Como devo chamá-los? — perguntou ao grupo, admirando as máscaras de raposa que escondiam os seus rostos.
Ryu, Hanako, Hayato, Yata
Os dias em Sunagakure sempre começavam pelo buraco. Apesar de ter se tornado algo como um ponto de referência na Vila Oculta da Areia, o buraco era um constante lembrete de tudo o que aquele povo havia perdido nos últimos anos. Seis anos atrás, quando a Ichibi fora liberta no território da vila, o gigantesco paredão que defendia Sunagakure, fora bombardeado por uma bijuudama, uma esfera massiva de chakra que era algo como uma técnica de assinatura das Bestas com Cauda. Mesmo do tamanho de uma montanha, a defesa natural não fora o suficiente para segurar o poder da Ichibi, deixando uma enorme falha perfeitamente redonda na rocha maciça — e no orgulho de todos os moradores de Sunagakure.
A manhã passou-se tranquilamente para os parâmetros do pequeno grupo de sobreviventes de Sunagakure e após o almoço modesto, seguiram com seus afazeres. Entretanto, sem qualquer aviso, a terra árida começou a tremer violentamente. Pessoas eram derrubadas e as casas mais antigas eram inteiramente destruídas. Rachaduras surgiam no solo seco, deixando marcas de mais um terremoto. Os tremores continuaram por alguns minutos e, assim como começaram, subitamente pararam. Por mais estranho que fosse, aqueles terremotos estavam se tornando cada vez mais constantes; apesar disso, tinham muitas outras coisas para se preocupar, como no alimento do dia seguinte.
O céu inteiramente azul do deserto logo foi pintado por um único ponto escuro, que aos poucos descia ao solo planando com suas asas cobertas de penas. Um grande falcão de pelugem escura pousou sobre a cabeça de um dos bonecos que Uzumaki Ryu utilizava em seus treinos. A ave não se importou com a situação do rapaz, apenas esticando a perna e mostrando o pergaminho enrolado, impaciente. Na carta, que parecia ter sido escrita às pressas, havia um chamado do Daimyō do País do Vento, Enomoto Norio, para que comparecessem imediatamente em sua torre, na capital Rōran. Tinha uma missão urgente para o Esquadrão Vermelho de Sunagakure.